Deadly Creatures - Análise

"Deadly Creatures" é jogo de aventura focado em uma caça ao tesouro. A história gira em torno de uma dupla de caipiras dos EUA, interpretados pelos atores Billy Bob Thornton e Dennis Hopper, envolvida em uma complicada trama de traição e violência para encontrar moedas de ouro escondidas no deserto desde a época da Guerra da Secessão. Roteiro e elenco de filme de Hollywood, sem dúvida.

Cadeia alimentar

O que não parece em nada com um filme é a maneira como o jogador encara tudo isso. Não espere tomar o controle dos tais sujeitos de vozes famosas, mas sim de duas criaturas pequenas e letais, que geralmente causam medo e repulsa: uma tarântula e um escorpião. Ambos são os verdadeiros astros deste inovador game, que chega para salvar o acervo do Wii do marasmo causado pelo acumulo de conversões e adaptações.

Observadores letais

A história começa com uma sombria abertura narrada por Thornton que não explica muita coisa, lançando simplesmente fragmentos de história pelo ar, que vamos resgatando com a evolução da narrativa. O jogo começa com a aranha, ainda sem muitas habilidades, aprendendo como se movimentar e a comportar em um mundo bem diferente do que estamos acostumados a enxergar. Logo, porém, enfrentamos os primeiros inimigos - além de um chefão - e conseguimos controlar o escorpião, que possui uma sensibilidade completamente diferente, bem mais pesado e forte do que a tarântula.

Os estágios se dividem entre as duas criaturas, que recebem objetivos dinâmicos no decorrer da ação, e novas habilidades vão aparecendo para tornar as coisas mais complexas - como para abrir buracos ou lançar teias. Na maior parte do tempo você estará preocupado em encontrar o caminho certo e matar o que aparecer pela frente - utilizando os botões para os comandos fundamentais e os sensores de movimentos para finalizadores.

É um jogo bastante sinistro, não só por conta de seu roteiro. As duas criaturas principais não são das mais simpáticas e matam, com toques de crueldade, todos os tipos de inimigos que encontram pelo caminho. É um mundo feio, onde a lei do mais forte é a que vale. E é de causar arrepios naqueles que tem medo de aracnídeos, insetos, cobras e outros bichos nada fofinhos.

Visuais de respeito

Nada de aracnofobia

Além do conceito inovador, a Rainbow conseguiu criar uma apresentação bastante caprichada para "Deadly Creatures". Não só os modelos dos protagonistas são extremamente detalhados, mas os cenários são bastante interessantes e os trechos com história e narração conseguem causar suspense e inquietação. A dublagem também é de primeiríssima qualidade, assim como a trilha sonora.

No entanto, a vontade de forçar o Wii a apresentar visuais tão caprichados acabou por produzir alguns probleminhas. Há algumas taxas de animação inconstantes quando há muita ação na tela e a ocorrência de alguns problemas de colisão com o cenário ou fixação da câmera. Mas são problemas menores diante de tamanha determinação em produzir algo diferente e empolgante para uma plataforma que necessita tanto de sangue novo.

CONSIDERAÇÕES

"Deadly Creatures" é uma grata surpresa para os donos do Wii, colocando-os no comando de duas criaturas letais e repugnantes - uma aranha e um escorpião - que testemunham uma violenta caçada ao tesouro pelos desertos dos EUA. Com controles eficientes, uma produção de primeira e um clima perturbador, este é um jogo que veio para agitar um pouco o cansado acervo do videogame, que ultimamente só vem recebendo títulos casuais ou adaptações preguiçosas de outros consoles.